Missão portuguesa partilha conclusões sobre danos sísmicos na Turquia
Seminário promovido pelo Departamento de Engenharia Civil do IPS | 30 de maio
O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) promove na próxima terça-feira, 30 de
maio, através do seu Departamento de Engenharia Civil, um seminário em que
serão dadas a conhecer as principais conclusões da Missão Portuguesa de
Reconhecimento de Danos dos Sismos na Turquia, equipa que esteve no terreno
em abril último, percorrendo as regiões mais afetadas ao longo de mais de 1 000
quilómetros.
No encontro, que decorrerá pelas 18h00, no Anfiteatro da Escola Superior de
Tecnologia do Barreiro (ESTBarreiro/IPS), estarão presentes os vários membros
deste grupo multidisciplinar, composto por académicos e profissionais experientes, entre eles
Cristina Oliveira, investigadora na área da engenharia sísmica, e
Miguel Lourenço, que estuda as estruturas de betão armado, ambos
docentes da ESTBarreiro/IPS.

Sobre esta missão não governamental, que pela primeira vez juntou academia e
empresas, a docente Cristina Oliveira realça, além do reconhecimento dos danos, os
objetivos de "compreender o que falhou, seja ao nível de defeitos de projeto ou construção,
seja de problemas na regulamentação e conhecimento atual da ação do sismo, e trazer
ensinamentos para Portugal".
Segundo a investigadora, que integrou missões anteriores, nomeadamente em Itália, em
2016, e no Japão, em 2012, há importantes lições a retirar desde evento sísmico de grande
magnitude, do ponto de vista da construção. Desde logo no que respeita à urgência de
"incluir na nossa regulamentação, em Portugal e no mundo, disposições que evitem
que os elementos não-estruturais, como as paredes de fachada e as paredes divisórias,
matem pessoas".
O uso de isolamento de base, que garantiu que vários hospitais turcos permanecessem
de pé, operacionais e a salvar vidas, é outro dos alertas a ter em conta. "Numa altura
em que se está prestes a iniciar a construção do maior hospital de Portugal, em Lisboa, com
cerca de 900 camas, não se compreende como não é considerada a utilização de isolamento
de base. Portugal não possui um único hospital público com isolamento de base",
avisa.
Recorde-se que os sismos de 6 de fevereiro terão afetado um total de nove milhões de
pessoas em 10 províncias, numa área de 100 000 km², resultando em mais de cinco milhões
de desalojados, 55 000 mortes e 800 000 edifícios colapsados ou com danos tão severos que
obrigarão à demolição.
Aos dois académicos do IPS, juntam-se neste seminário outros especialistas do Instituto
Superior Técnico (IST), da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e do
meio empresarial, num encontro em que serão partilhadas, com os pares e estudantes da
área, as boas práticas a ter em Engenharia Civil, de modo a mitigar danos em situações de
catástrofe, e algumas reflexões para o futuro.
A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição para secretariado.direcao@estbarreiro.ips.p
t.
Mais informações aqui.
25 de
maio/2023
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